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Nicolau Saião

 

MINHA TERRA É O MUNDO

 

(Alyne Costa)

 

Sou de tantas terras que já nem me lembro mais...

Terras de paus-brasis, Caetités, Igaporãs e Serras Gerais.

Sou da porção que cabe, neste latifúndio de mundo,

Cada qual no seu pedaço...

No seu cantinho de mundo.

Eu sou de tudo que é lado que é feito de cantoria,

Onde meu peito rebenta, chora de pura alegria.

Eu sou de qualquer lugar e feita de qualquer sorte.

Sou flor na invernada e alforria na morte.

Sou preguiçosa e sem rumo, uma cabeceira de rio que depois escorre manso:

Pra assombrar num vazio de uma cachoeira alta.

Sou moça já nos quarenta.

De quarentena da vida.

Por isso pergunte de onde vim:

Do ventre de minha mãe e do prazer de meu pai, mas nunca de onde sou.

Sou apenas de onde estou:

Uma labareda acesa:

Ora riacho, noutra correnteza.

Que essa vida, amiúde, é feita de muita aspereza.

E se nasci d’um grito profundo:

Minha terra é o Mundo!

 

 

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