POEMA-DISCURSO AOS APRENDIZES DO LICEU DE ARTES E OFÍCIOS

 

Meninos do Liceu Operário,

formai colunas por um e por dois

tomai ordem unida

e batei continência

atrelai aos ombros os vossos tambores

e marchai pela encosta em direção da manhã

 

Sois, agora, os aprendizes da esperança

acendei em vossas cabeças a memória.

a porta está aberta

para o lado da vida

 

Vossas mãos

(cheias de cicatrizes)

se desenham

na armadura dos arranha-céus;

vossos pés

caminham sôbre abismos

vosso corpo

absorve o calor da fornalha.

 

Sede, agora, um porta-estandarte

em cada beco ou avenida

e inscrevei nas bandeiras

novas palavras de ordem.

 

Olhai a lição

escrita nos livros

e na parede das ruas

 

Aprendei a cantar a liberdade

para que não murchem

as rosas da primavera.

 

Meninos do Liceu Operário

preparai devagar

a chegada da aurora.

 

 

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