POEMA-ELEGIA A MARTIN LUTHER KING

 

Chove no Estado de Nova Iorque.

O vento, em fúria negra,

Varre o pátio da Casa Branca

E lança línguas de fogo

Nos arranha-céus de vidro

De Chicago, Detroit e Mênphis.

 

Vejo, agora, profunda

Aquela bala vadia

Penetrar o corpo

                          de Martin Luther King.

Desenhando uma estrêla de sangue.

 

Os homens brancos

São sombras negras,

Não ressuscito os guetos do III Reich.

Há quem atire pedra nas flôres

E esqueça, de ontem, os fatos na memória.

 

Lá, junto ao cais,

Na escola e nas oficinas

E no contar frio das horas

As crianças negras da América

Não dobrarão as cabeças em silêncio.

 

Chove no Estado de Nova Iorque.

A paz é uma cruz

Fincada na aurora

Pelas mãos do século.

 

 

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