O SOM DOS CAVALOS SELVAGENS

 

Dentro da noite

e pelo dia

um eco surdo

de ventania

 

Sobe a montanha

transpõe o vale

a fúria avança

a sombra invade

 

Marca no tempo

finas esporas

um catavento

no fio das horas

 

Patas de ferro

porta fuzis

deixa no vento

a cicatriz

 

Dentes de faca

olhos de fogo

cuspindo raiva

do próprio rosto

 

Destrói cidades

e espanca a luz

por onde passa

finca uma cruz

 

Tempo de guerra,

êste é meu tempo

cavalos de ódio

no pensamento.

 

 

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